quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Cume da vida

Rafael Ribeiro Silva

E vai subindo. Sobe por sobre anos que vão passando sem ver.
Subindo. Sobe-se pelo tempo que gira lento sem crer.
Sobe. Buscando o cume da vida,
escalada de pedras, dificil subida.

Subiu olhando. Olha de longe lá para baixo e viu o passado sumir.
Olhando. Olhou-se novo errando tudo e não deixando sentir.
Olha. Buscando acertos olha pra cima,
não vê o fim, não sabe onde termina.

Subiu entendendo. Entende que a neblina forte deixou o passado pra trás.
Entendendo. Entende-se mais claro e forte, erros passados jamais.
Entende. Buscando a mesma com mais certeza,
Sobe com a vista lembrada daquela beleza.

Subiu procurando. Procura a cima de sua cabeça a companhia ideal.
Procurando. Procura-se dentre a neblina uma luz forte, um sinal.
Procura. Buscando ver que não sumiu,
que está por lá, que não partiu.

Subiu encontrando. Encontra ao lado um ponto claro, apoio forte.
Encontrando. Encontra-se por que procurou ou por pura sorte?
Encontra. Buscando alguém na breve parada,
não desiste, viver sem tentar não leva a nada.

Subiu vivendo. Vive da vista clara de escalar novamente.
Vivendo. Vive-se da ida contra o fluxo da torrente.
Viva. Buscando aquela que não tem idade,
encontra bem onde deixou, sua felicidade.

E nem que escale a vida toda
Subindo de minutos os ponterios
Levaria toda a vida
Pra entender os desencontros.

Nenhum comentário: