sexta-feira, 24 de abril de 2009

Doce vida doce

Sonhaste com isso por uma vida desde os últimos segundos da vida, seguinte recém passado, singelo embrulho fechado, doce. Simplesmente doce.

Seria simplesmente vida, nada mais que doce vida, vivida, obscura com seus mistérios, brilhante com suas alegrias, longa vida, leve longe o doce que senti quando enfim vivi. Doce, simplesmente doce.

Precisaria provar que menino que não dorme a planejar pra ver sonhar e fez do som do sono denso planos pra vida doce de um sempre que um dia se achegaria e quem sabe nunca acabaria, doces planos,simplesmente doce.

Amargura meia, branco como dentes de leite, brigava com tudo pra que pudesse enfim dizer plenamente certo que o presente não é, o presente já foi e o futuro será. Se o amanhã não chega o agora não existe, só de sonhos e memórias vive um ser, seja qual for o seu, não importa que doce queira, viva docemente querendo a barra da vida com ou sem recheio, com ou sem castanha, com ou sem bombom, doce vida de chocolate. Simplesmente doce.

sábado, 11 de abril de 2009

Balançam par de pés

Quatro é par. Par de dois mais par de dois. Pares de juntos, balançaram como ímpar, caminharam separados, mas encontraram-se e sacudiram beira a rua do tempo como se par, tempo ou espera não existissem.
Belos quatro pés. Via-se de baixo só os quatro, não conseguindo distinguir a que pertenciam tais pares. Dava-se a impressão estranha de serem de um só ser.
Balançados, balançantes pés. Enfim juntos viam do alto tudo o que passou, terra, tempo, mundo, mudos seguiam os pés a espera que o foco saísse deles e pudessem retomar a caminhada rumo sabe-se lá onde com destino ainda incerto, mas com a certeza que seriam dois pares caminhantes e balançantes que juntos balançariam felizes para sempre.

Chora pé triste, junto ao meu ri
Grita pé feio, canta breve que sou seu pé
Chora pé, na beira do rio.

Porque o sapo não lava o pé
não lava porque não quer,
ele mora lá na lagoa
não lava o pé
porque não quer.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Estranha, sem nome

Adjetivo sem objetivo,
sinceridade chama.

Sem esforço algum apresenta,
representa,
iludi sorrateiramente tudo o que é mente,
pensa que pensa,
acha que sente,
brinca e sorri.
Alegre, contente.

Estranho é, querer nome dar.
Estranho seria, apelidar nome sem nome.
Diga um substantivo próprio
pra simples cena de crime.
Acusa sem prova,
injustiça, cometa.
Nessa velocidade tudo muda
num piscar de astros,
olhos passam voando pelo céu.
Cometas, olhares, Lua, lugares,
astros com luz própria
que brilham na Terra ou no ar.
Iluminando sem nome
Todos que prezam a belo estranho viver.